domingo, 24 de julho de 2011

Ser Pai...


Família não são somente os entes que se multiplicam na nossa árvore genealógica... Família é o amor que cultivamos no peito e que floresce na alma.
Certo dia, loquei um filme para ver com as minhas filhas e me deparei com uma frase onde a Lilo (de Lilo e Stitch) conceituava a palavra “Ohana”. Ohana, quer dizer FAMÍLIA e família, quer dizer, NUNCA MAIS ABANDONAR OU ESQUECER... Aqui... o sentido dado à palavra abandono vai muito além daquilo que se traduz como o desamparo físico... Ele nos fala sobre a falta de proximidade, de intimidade, do contato fraterno-afetivo que esse vínculo sugere.
Nesse ínterim e com a proximidade da data, questiono-me sobre o que é SER PAI...
Ser Pai é estar grávido, é participar das sensações que a mulher carrega em seu ventre É sentir parte de você na barriga que cresce em outra pessoa. É emocionar-se ao ouvir o som coração do seu filho pulsar. É vibrar ao primeiro chute. É respeitar e compreender o momento único e sagrado onde a mulher resigna-se para tornar-se MÃE. A paternidade, ao contrário do que muitos pensam ou agem, tem início na concepção da vida. Vida esta da qual somos os únicos responsáveis até que esse novo ser possa desenvolver-se e encarar o mundo de frente. Ser pai é mais que estar junto no primeiro passo, é permanecer ao lado por toda uma trajetória. É incentivar os desafios, ser o abraço das conquistas e o consolo das derrotas. É deixar de ser um pouco de sí para tornar-se muito daquilo que seu filho espera que você seja... É ser colo, é ser sorriso, é ser humano... É ser amigo...
Ser pai é mais que estar atento as necessidades materiais dos seus filhos. É primar pela sua saúde, educação, moradia, lazer... mas é também ter uma eterna preocupação com seu desenvolvimento humano e psicológico.
Ser pai é literalmente ser PAR e “PAR tici PAR... É se fazer presente mesmo quando se está ausente. É ser exemplo! É ser verdade, pois é alicerçando valores que edificamos caráter...e é plantando o amor que colhemos virtudes...

Parafraseando o incomparável Antoine de Saint-Exupéry “Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante"...

Sejamos para nossas rosas o que o sol é para nossas vidas... Indispensável em calor... ( humano)...

Texto: Ana Laura Paludo
Fotografia: Cecilia Alvares

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Tênis de Cristal


Despida de ilusões...
Em terra firme pousei...
Abandonando fantasias...
A realidade eu provei...

Aos passos dei liberdade...
Para alma alforriar...
Conhecer novas paisagens...
E na grama verde pisar...

Nas asas da rebeldia...
Desfilei na avenida...
Abram alas! Sou destaque!
No palco da minha vida...

Êxtase, apelos, sentidos...
Que eu julgava utopia...
Sensações inusitadas...
Numa lírica harmonia...

Misturei cores e flores...
Temperos eu conheci...
Senti o gosto do mundo...
Brincar de viver aprendi...

Mesclei as melodias...
Rimei desejo e vontade...
Sonho? Insanidade?
Delírio! Loucura!
VERDADE...

Texto: Ana Laura Paludo
Foto: Cecília Alvares
Contribuição Especial: Ceci, Babi, Carol e Lu

sábado, 21 de maio de 2011

Onírico



A mania do sol é o poente...
A mania da lua é brilhar...
A brisa é a mania do vento...
A onda é a mania do mar...

Entardecer, paisagem serena...
Em que o sol, seu show anuncia...
Repousando rouba a cena...
Inspirando poesia...

Lagoa de maravilhas...
Aonde a lua vem ninar...
Tu és a menina da ilha...
Não me canso de te olhar...




Texto: Ana Laura / Foto e Título: Cecília Alvares

terça-feira, 17 de maio de 2011

Natureza Dual




Sou única, mas sou plural...
Minha essência é ser dual...
Sou ímpar, mas sou metade...
Dividida em mentira e verdade...
Entendo que sou assim...
Sem princípio meio ou fim...

Em meio à duplicidade...
Disfarço-me de realidade...
O que penso não é o que falo...
E o que vejo quase sempre calo...
Sou mera opinião
Que responde á ocasião

Sou valor universal...
De um conflito paradoxal...
Na razão ou na emoção...
Eu sou a contradição...
Quase nunca entendo enfim...
Quem mora dentro de mim... (Ana Laura)

Texto: Ana Laura / Contribuição Especial: Ceci Alvares

...Divagações acerca da imagem real x imagem emitida... "Por que algumas pessoas não são ou não gostariam de ser, aquilo que se mostram o tempo todo...É um trabalho diário reprogramar algumas atitudes repetidas que nos fazem ser aquilo que não queremos... (Ceci Alvares)

sábado, 14 de maio de 2011

Malas vazias...



Corria contra o tempo, enquanto permanecia inerte em meio ao crepúsculo...
Onde a noite devora o dia...
Não pude ver a cor das manhãs...
Passou em branco...
Não enxergava os momentos em que vida passava por mim, mas percebia nitidamente sua sombra...
Na desenfreada busca pelos sonhos... deixei a realidade pra trás...
E por deixar de viver o presente, cheguei ao futuro de malas vazias...
Nú em sentimentos, despido de verdades...
Nada levei na bagagem...
Não havia bagagem...
Não tive tempo para sentir o perfume das flores...
Levei a lembrança dos pássaros, mas não levei suas melodias...
Levei a escuridão da noite mas não reparei na beleza da lua...
Desbravei mares, mas não pisei na areia...
Levei a lembrança dos lábios, mas os sorrisos ficaram pelo caminho..
Levei a visão, mas deixei que se perdessem olhares...
Levei braços carentes de abraços...
Levei do tempo o que o tempo levou de mim...


Texto: Ana Laura Paludo
Foto e título: Cecília Álvares
Contribuição especial: Ceci, Babi e Carol

sábado, 7 de maio de 2011

Quando eu voltar a ser criança...



Quando eu voltar a ser criança...
Quero crescer “devagarinho”...
Consumir o tempo em pedaços...
Sentir o sabor do vento...
E temperar a vida de abraços.

Quando eu voltar a ser criança...
Quero olhar o mundo diferente...
Desenhar sorrisos com lápis de cor!
Conhecer pessoas de verdade!
E ouvir ‘EU TE AMO’ com mais amor.

Quando eu voltar a ser criança
Quero ser verde como as matas...
Sem pressa de amadurecer...
Para que o mundo não passe por mim...
Sem eu, a ele perceber...

Quando eu voltar a ser criança...
O futuro será passado.
Quero esquecer que cresci!
Para ter novamente a chance...
De dizer que não me arrependi!

Sempre é tempo de ser criança!
E novos sabores provar...
Experimentar novos amores...
E do zero recomeçar!

Texto: Ana Laura
Foto: Cecília Álvares
Contribuição especial: Ceci, Babi e Carol

sábado, 30 de abril de 2011

Em busca de identidade...


Numa fuga sem destino...
Parto em busca de mim...
A estrada é sem caminho...
E o horizonte é sem fim.

Não importa a distância...
Que eu venha a percorrer...
Dedicarei dias e noites...
Para meu “eu” conhecer.

Passos falsos, mão vazias...
Sigo um rumo, sem direção.
Na mente levo a certeza...
E a paz no meu coração.

Na bagagem eu carrego...
Amor, dor e saudade.
Do meu corpo levo “o todo”...
Da minha alma, a metade.

Cada escolha uma renúncia...
Duas entradas e uma saída.
Vou tecendo a minha história...
No palco da minha vida.

Não fugindo de mim mesma...
Mas tentando me encontrar!
Para você, quem sabe um dia...
Também poder me achar.

E assim vou caminhando...
Construindo realidade
Sepultando minhas dúvidas...
E fazendo vingar verdade!

Texto: Ana Laura

Foto e Título: Cecília Alvares

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ode a um guitarrista

E o silêncio se fez canção...
Ecoou nos meus ouvidos,
Transportou-me à imaginação.

Ouço uma voz que cala...
E a pronúncia de palavras mudas...
Mãos que imitam a voz...
Com suas vestes desnudas.

Na vibração das cordas expressa...
Euforia ou melancolia...
E na harmonia dos arranjos...
Dá fala à melodia.

Ao teu talento... Serei aplausos.
Do teu Palco... Serei platéia
Ouvidos aos teus acordes...
Presença na tua estréia.

E o sonho se chamará música...

Texto: Ana Laura

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Dualidade

Quem somos??
Somos a imagem dos olhos e da mente de quem nos vê...
Aos olhos dos outros somos apenas a descrição de comportamentos diagnosticados, rotulados por “achismos” e conhecimentos superficiais.
Mas que imagem fazemos de nós mesmos?
Poderíamos nos definir como “momentos relacionados ao depende”, pois podemos ser, pensar ou agir de diferentes formas no decorrer de nossas vidas, dependendo dos inúmeros fatores que estão inseridos no contexto naquela situação, tempo ou circunstância...
Nossos conceitos, paradigmas e paradoxos estão em constante reciclagem transformando nossas percepções na medida em que acumulamos em nossa bagagem novas experiências, conhecimentos, cometemos erros, fracassamos ou conquistamos vitórias...
A cada dia, nos deparamos com novas situações que nos fazem agir de forma diferente do que agimos ontem ou agiremos amanhã.

Por isso, somos apenas momentos...
Oras de felicidade, oras de tristeza;
Oras de Ira, oras de calma;
Coragem ou covardia.
Determinação ou dúvida...
Ódio ou amor...
Antagônicos momentos...
Ora bons...mas não eternos
Ora ruins...mas não infindáveis...

Momentos de emoção...momentos de razão...
Momentos de perda de um desses substantivos, de ambos... Ou da perfeita harmonia entre eles...

Apenas momentos...
Porque não somos os mesmos, com todas as pessoas, durante todo tempo...
Porque não agimos da mesma maneira em qualquer situação...
Porque o que somos e pensamos não é estático, tampouco inerte...
Porque conceitos são dinâmicos e evolutivos e a forma como encaramos o mundo e a maneira pela qual reagimos a ele...também!

A dualidade é inerente ao ser humano, dependendo do momento... e idependente de tempo ou ocasião...

Texto: Ana Laura

terça-feira, 19 de abril de 2011

Liberdade





Cerca-me com o teu corpo alado.
Envolve-me em tua coragem e conduz-me no teu caminho.
Livra-me das botas apertadas e ensina-me a andar descalço pela vida.
Deixe que eu sinta teus sabores e desfrute dos teus prazeres.
Permita-me alforriar o querer...
Liberta-me do passado e convida-me para contigo voar.
Condena-me aos teus encantos...
Faz-me refém da tua busca e prisioneiro da tua essência.
Confina-me no teu esconderijo e acorrenta-me à tua existência.
De ti, quero ser dono e súdito...
Exorcisa meus demônios e liberta meus desejos.
Faz de mim tua prisão e toma minha alma como se tua fosse.
Oh liberdade... Não negue teu corpo à idolatria platônica que por ti alimento.
Tua sensação, ainda que ilusória, confere-me plenitude.
Quero-te nua! Despida de mistérios...
Confessa-me os teus segredos e deixe que eu desvende os teus enigmas
Escraviza-me na tua clausura...
Decifra-me! Devora-me! Liberta-me!

Texto: Ana Laura
Foto: Deh Cavalcante

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em busca de algo a mais.

Queria alguém com as tuas qualidades.
Somadas às qualidades dele também.
Mas sem que tivesse, no entanto...
Nenhum dos defeitos que vocês têm.

O que nele muito admiro...
É em você ausente.
No entanto, tens um encanto...
Que nele não está presente.

Discordamos em filosofias e ideologias.
E acredito que o meu mundo não é o teu!
Mas ao mesmo tempo procuro... Um mundo que não seja só meu...

Queria você não somente em sonhos...
Mas como parte da realidade.
E que na minha fantasia... Teu sonho fosse a minha verdade!

Queria ter os pés no chão!
E ao mesmo tempo... Flutuar!!
Queria mergulhar! Ir fundo!!! Sem, no entanto, me afogar...

Eu queria muitas coisas...
Sem que essas "coisas" fossem "muitas".
Queria felicidade, amor, saudade...
Queria do tudo... o inteiro! E não apenas metade.

...queria estar lá, sem me desligar daqui...
...queria viajar, sem saber ao certo aonde ir...
...e queria chegar, sem precisar partir...

...E eu queria a terra, a água e o ar!!
Mas eu também queria... Aprender a amar!

Eu queria tanta coisa... mas não me permito ter.
Na verdade, o que eu não queria...
Era permissão para querer!!!

E ainda que encontrasse o que procuro... continuaria em busca do “algo a mais”...

Texto: Ana Laura

sábado, 16 de abril de 2011

Silêncio... palavra que fala

O silêncio pode falar...
Expressando- se nos olhos... Sem palavra pronunciar.

Pode tocar...Traduzindo-se em gestos, sem nada mencionar.
Pode gritar...Encontrando na angústia uma forma de se expressar
Pode chorar...E em lágrimas desabafar.
Pode ainda aumentar... A dor que ele decide sufocar.
Mas também pode guardar... Os segredos que ele não quer revelar...

O silêncio pode também sorrir...
E na sutileza dos lábios se proferir.

Pode chamar-se canção...
Quando o talento encontra cordas e mãos...
Pode seu teor estar enrustido...
E nas melodias passar despercebido.

Na poesia...o silêncio também pode ser ditado...
E em frases e versos ser recitado.

O silêncio pode enfim ser rompido. E atropelado por palavras ser invadido.
Mas quase sempre o silêncio cala... E na palavra não dita é onde se instala.

O silêncio pode tudo fazer...
Até mesmo um sentimento esconder.
Sim... E ele também é capaz de amar... Ainda que precise negar... E em seu casulo se fechar.

Texto: Ana Laura